sexta-feira, 9 de maio de 2008

MAMARROSA,

Mamarrosa. Neste lugar do Norte da então Província Ultramarina de Angola estive no longínquo ano de 1969.
Na Mamarrosa estava instalada a sede do Batalhão e as restantes companhias instalaram-se em localidades perto (Luvo, Canga e Muposo, parece que é assim que se escreve).
O motivo da minha deslocação à sede do BCAÇ deveu-se a um grave acidente na Canga, no campo de minas.
Sofri fracturas expostas e o meu estado era considerado grave. Fui transportado numa BERLIET da Canga para a Mamarrosa, e que agravou a minha condição. Perdi muito sangue e a minha vida esteve presa por um fio... Da BERLIET fui directamente para uma enfermaria ali existente, na companhia do furriel enfermeiro (Militão) e do meu capitão (Cotovio).

quarta-feira, 30 de abril de 2008

SILVES


Silves é a cidade onde vivo desde 11 de Janeiro de 1972. Não nasci nesta histórica e secular terra. Considero-a, no entanto, a minha cidade. Aqui tenho os meus familiares mais directos e os melhores amigos do mundo.Aqui publico uma imagem de Silves relativa ao Castelo de Silves,no ano em que caiu neve (1954).
Recordo aos meus leitores que foi neste Castelo que se realizou o Festival da Cerveja mais antigo do Algarve, organizado pelo Silves Futebol Clube.

sábado, 19 de abril de 2008

UMA GRANDE ALEGRIA

Recebi hoje (dia 19) uma grande alegria. Confesso que não esperava tanto. Não ganhei a lotaria, euromilhões ou qualquer coisa materialmente valiosa. A minha alegria resultou de ter recebido um simples mail de França. Foi algo que mexeu comigo, com o meu subconsciente, mais precisamente recordou-me a minha comissão em África. Tal mail foi remetido por um companheiro meu da CCaç 2608/Bcaç 2890. Tive o acidente em 1969 e fui evacuado para os hospitais militares de Luanda e Lisboa. Nunca mais vi o meu camarada Almeida (é assim que se chama), e não é que quase 40 anos depois contactou comigo sem eu saber como conseguiu.
É bom saber que aqueles que foram nossos companheiros na aventura perigosa (tão perigosa que a minha vida esteve presa por um fio) da guerra ultramarina estão vivos e de saúde, sendo certo que muitos já partiram desta vida descontentes, abandonados, indignados... aliás, muitos dos nossos companheiros viriam, se os seus olhos ainda vissem, os seus ossos ser sepultados em terras do Ultramar e aí deixados para sempre ou, pelo menos, até hoje. Que Pátria é esta que nem aos que por ela lutaram dá sepultura digna? Que povo somos?
Dir-se-á que repatriar portugueses em viagens de turísticas acidentadas é um acto normal de um Estado. Cuida-se dos vivos, certo. Agora fazer regressar todos quantos lá deixaram a vida, na sua juventude, é um dever a que todos estamos vinculados. A consciência nacional arcará com este peso até que obrigue o governo, que dizem pomposamente ser de todos os portugueses, a trazê-los de volta. Ou acaso só os vivos são portugueses?
Por isso, fez-me bem este mail. Comecei a ver a injustiça que recaiu sobre os ex-combatentes.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

ACTUALIDADE

  O trágico acidente do nosso militar, de 22 anos, ocorrido no Afeganistão, traz à memória daqueles que fizeram parte da guerra colonial situações semelhantes.
Aos 22 anos, quando se pensa que somos imortais, que ainda mal se começou a vida... 
À família as nossas condolências. Ao militar o nosso obrigado por ter-nos deixado ao serviço de Portugal.       

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

AMBRIZETE

        Porquê Ambrizete? Em Dezembro de 1969 passei cerca de 12 horas em Ambrizete. Adorei o nome e a localidade: amor à primeira vista!
        Estava então em Angola para cumprir uma comissão de 2 anos, no âmbito do serviço militar obrigatório. Sou um ex-combatente, como a maioria esmagora dos homens da minha geração. Não esqueço que ao tempo havia mulheres também no Ultramar (enfermeiras)a quem aproveito para cumprimentar. Lembro o papel importante das madrinhas de guerras ainda e todas aquelas que sentiram, ou ainda sintam, os efeitos produzidos por uma guerra numa terra longíqua - estávamos sós, entregues a nós próprios e aos perigos que nos rodeavam. Mas isso agora já não interessa.
         Seguia de Luanda, mais precisamente do quartel do Grafanil, para a Canga, Norte de Angola. Passei por muitos lugares (Ambriz, Tambouco, S. Salvador, etc) mas o nome AMBRIZETE enfeiticou-me.

AMBRIZETE

  Dei o nome de Ambrizete a este BLOG por aí ter passado e permanecido durante 12 horas, no ano de 1969,    quando seguia na coluna militar que conduziu a Batalhão de Caçadores 2890 ao Norte de Angola, concretamente à Mamarrosa, sede do Batalhão, tendo a minha companhia sido fixada na Canga.
Ambrizete tinha um não sei quê que desde logo gostei. O ar, o mar, as estrelas, a praia um hotel em madeira.